segunda-feira, 16 de março de 2015

Teólogos da Libertação afirmam que ameaça dos EUA contra a Venezuela é vergonhosa

Expoentes da Teologia da Libertação nas Américas assinam uma carta aberta ao presidente estadunidense, Barack Obama, na qual repudiam a "arrogante e intervencionista” Ordem Executiva do seu governo que, no último dia 09 de março, declarou emergência nacional em relação a uma suposta ameaça à segurança nacional e à política exterior dos Estados Unidos tendo em vista a situação da Venezuela. Assinam a carta, com cópia para o Papa Francisco, Miguel d' Escoto, da Nicarágua; Leonardo Boff e o bispo Dom Pedro Casaldáliga, do Brasil; o bispo Thomas Gumbleton e Ramsey Clark, dos EUA.
rainhamaria
Ex-sacerdote e diplomata nicaraguense Miguel d´Escoto encabeça lista de teólogos da libertação que assinam a carta a Obama.

"O que aconteceu com você, querido irmão? O que aconteceu com esse valente e inteligente Obama que, em 2008, e, ao longo da sua campanha presidencial, falou de mudança, mudança verdadeira, na qual as pessoas puderam acreditar? Você inspirou esperança em milhões de pessoas, tanto nos EUA como ao redor do mundo, incluindo em nós”, questiona o documento dos teólogos. 

Os signatários afirmam também que Obama mostrou sinais de ter muito arraigados valores éticos e morais, além da adesão aos princípios e valores proclamados por Jesus e por todos os grandes líderes espirituais do mundo, independentemente da sua religião. 

Para eles, a Ordem Executiva de 09 de março de 2015 lembra uma ordem similar emitida pelo ex-presidente estadunidense Ronald Reagan, há mais de três décadas, para ter a liberdade de anunciar e empreender uma guerra contra a Revolução Sandinista, na década de 1980. "Consideramos vergonhosa e extremamente hipócrita, mas também sua Ordem Executiva é uma flagrante violação do direito internacional, por constituir uma ameaça de uso da força contra a Venezuela e, ao mesmo tempo, servir como estímulo aos seus lacaios venezuelanos a continuarem em seus esforços para desestabilizar o país”. 

Leia aqui a carta na íntegra em espanhol.
Direto da Adital.