Segundo MPF, ex-diretor de Serviços tentou esconder dinheiro proveniente de propina com transferências entre contas da Suíça e Hong Kong
por Fabio Serapião
Denominada “Que País é Esse?”, a décima fase da Operação Lava Jato cumpriu nesta segunda-feira 18 mandados, sendo 2 de prisão preventiva, 4 de prisão temporária e 12 de busca e apreensão. Foram presos o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, o operador financeiro Adir Assad, Lucélio Goés, filho do operador Mario Goés já preso em Curitiba, e Sonia Branco, Sueli Branco e Dario Teixeira, os três ligados a empresas de fachada utilizadas por Assad.
Diz o pedido de prisão do MPF: “os documentos enviados informam que, entre julho e agosto de 2014, foram transferidos para contas abertas em nomes das offshores MILZART OVERSEAS HOLDINGS INC. (n. 5128005) e PAMORE ASSETS INC. (n. 5134285), no Banco Julius Baer, ambas controladas por DUQUE, o total de EU 1.300.667, representado por 13 títulos de valores mobiliários. Antes disso, em maio de 2014, já haviam sido feitas outras 13 transferências de títulos que totalizaram EU 4.121.547”.
Além desses valores, salientam os procuradores, Duque realizou outras sete transferências de contas de sua titularidade na Suíça para uma conta em Hong Kong. “Assim, de RENATO DE SOUZA DUQUE, no Principado de Mônaco foram bloqueados: 1) n.º 5128005 em nome da sociedade MILZART OVERSEAS HOLDINGS INC. e cujo saldo atual é de €10.274.194,02; 2) n.º 5134285 em nome da sociedade PAMORE ASSETS INC. e cujo saldo atual é de €10.294.460,10. Esses valores totalizaram EU 20.568.654,12 pertencentes a Renato De Souza Duque”.
Para os procuradores, “o manejo dos recursos ilícitos no exterior demonstra o inequívoco propósito do investigado de dificultar e obstruir a investigação da organização criminosa, mormente no que se refere ao encontro da prova materializada de seus crimes no estrangeiro. Vale frisar que as transferências das contas de Duque envolvem diversos países, o que levanta a possibilidade do ex-diretor se utilizar do mesmo expediente em outros locais em que os valores ainda não se encontram bloqueados”.