Lula disse que o ex-ministro Nelson Jobim foi muito deselegante com Dilma e ministros
"Se ele não falou para ela (Dilma) da entrevista à revista e ela ficou sabendo, realmente cria uma situação constrangedora", disse Lula
"Se ele não falou para ela (Dilma) da entrevista à revista e ela ficou sabendo, realmente cria uma situação constrangedora para ele, que não falou, e para ela. Foi muito deselegante", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Jobim pediu demissão do ministério ontem e foi substituído por Celso Amorim.
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Lula considerou "excepcional" o trabalho de Jobim no Ministério da Defesa. Para ele, porém, é um "erro histórico" achar que o ex-ministro foi indicação sua. "A presidente Dilma se reunia com meus ministros muito mais do que eu. Os ministros eram mais amigos dela do que meus amigos", afirmou, explicando que cada proposta que chegava à sua apreciação era discutida antes várias vezes com Dilma, então ministra da Casa Civil.
A demissão de Jobim
O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), entregou sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff nesta qainta-feira. Sua situação se tornou insustentável no governo após declarações dadas à revista Piauí em que teria considerado a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "muito fraquinha" e dito que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, "sequer conhece Brasília".
Jobim negou ter feito as críticas e disse que as informações seriam "parte de um jogo de intrigas". Mas, segundo fontes, Dilma já havia decidido demitir o ministro caso ele não abandonasse o cargo por conta própria. Para seu lugar, a presidente escolheu o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.
A situação de Jobim à frente da pasta já vinha se deteriorando por outras declarações à imprensa que geraram mal-estar no governo. Em uma entrevista, ele afirmou ter votado no tucano José Serra, principal adversário de Dilma, nas eleições presidenciais do ano passado. No início de julho, em uma cerimônia em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - de quem ele foi ministro da Justiça entre 1995 e 1997 - no Senado Federal, ele citou o dramaturgo Nelson Rodrigues dizendo que "os idiotas perderam a modéstia".
A fala foi interpretada como uma insatisfação do ministro com sua situação no governo.