sexta-feira, 5 de agosto de 2011





Lula disse que o ex-ministro Nelson Jobim foi muito deselegante com Dilma e ministros


"Se ele não falou para ela (Dilma) da entrevista à revista e ela ficou sabendo, realmente cria uma situação constrangedora", disse Lula


"Se ele não falou para ela (Dilma) da entrevista à revista e ela ficou sabendo, realmente cria uma situação constrangedora", disse Lula
"Se ele não falou para ela (Dilma) da entrevista à revista e ela ficou sabendo, realmente cria uma situação constrangedora para ele, que não falou, e para ela. Foi muito deselegante", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Jobim pediu demissão do ministério ontem e foi substituído por Celso Amorim.


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Lula considerou "excepcional" o trabalho de Jobim no Ministério da Defesa. Para ele, porém, é um "erro histórico" achar que o ex-ministro foi indicação sua. "A presidente Dilma se reunia com meus ministros muito mais do que eu. Os ministros eram mais amigos dela do que meus amigos", afirmou, explicando que cada proposta que chegava à sua apreciação era discutida antes várias vezes com Dilma, então ministra da Casa Civil.

A demissão de Jobim

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), entregou sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff nesta qainta-feira. Sua situação se tornou insustentável no governo após declarações dadas à revista Piauí  em que teria considerado a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "muito fraquinha" e dito que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, "sequer conhece Brasília".
Jobim negou ter feito as críticas e disse que as informações seriam "parte de um jogo de intrigas". Mas, segundo fontes, Dilma já havia decidido demitir o ministro caso ele não abandonasse o cargo por conta própria. Para seu lugar, a presidente escolheu o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.
A situação de Jobim à frente da pasta já vinha se deteriorando por outras declarações à imprensa que geraram mal-estar no governo. Em uma entrevista, ele afirmou ter votado no tucano José Serra, principal adversário de Dilma, nas eleições presidenciais do ano passado. No início de julho, em uma cerimônia em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - de quem ele foi ministro da Justiça entre 1995 e 1997 - no Senado Federal, ele citou o dramaturgo Nelson Rodrigues dizendo que "os idiotas perderam a modéstia".
A fala foi interpretada como uma insatisfação do ministro com sua situação no governo.
Nelson Jobim depois de ser demitido pela Presidenta Dilma apenas diz : Não sou mais nada

 

O Diário Oficial da União publicou, nesta sexta-feira, a exoneração do ministro da Defesa, Nelson Jobim​. No lugar dele, foi nomeado o diplomata Celso Amorim​. Imagem: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press/Arquivo
Imagem: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press/Arquivo

O Diário Oficial da União publicou, nesta sexta-feira, a exoneração do ministro da Defesa, Nelson Jobim. No lugar dele, foi nomeado o diplomata Celso Amorim. Após caminhar hoje próximo de sua casa, em Brasília, Jobim não quis comentar a saída do governo. Ao ser perguntado, ele se mostrou magoado e se limitou a dizer:

"Não sou mais nada. Qualquer coisa, pergunte para a Dilma".

Ontem à noite, o ministro entregou carta de demissão à presidente Dilma, logo após chegar de viagem oficial a Tabatinga (AM). Dilma havia decidido demitir o ministro pela manhã, após a divulgação das declarações do ministro em reportagem da revista Piauí. Na matéria, Jobim chama a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de "fraquinha" e diz que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, não conhece Brasília. Mas o que mais irritou Dilma foi o ministro ter contado à revista que, quando a presidente lhe perguntou se Genoino seria útil como assessor na Defesa, teria respondido: "Presidente, quem sabe se ele pode ser útil ou não sou eu".
O ex-chanceler Celso Amorim foi escolhido para assumir o Ministério da Defesa por pelo menos duas razões: sua larga experiência em temas relacionados à segurança internacional e por pertencer a uma carreira de Estado, hierarquizada e disciplinada, semelhante à exercida pelos militares. A opinião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nunca poupou elogios ao seu chanceler, também deve ter pesado. Nos bastidores do governo, dizia-se nesta quinta-feira que o grande desafio de Amorim será conquistar a simpatia da cúpula das Forças Armadas.
José Viegas, o último diplomata que assumiu o Ministério da Defesa, não teria conseguido atingir esse objetivo. Nelson Jobim foi o civil que se entendeu com os militares, depois do vice José Alencar.
Das Agências: DP e O Globo