quinta-feira, 5 de março de 2015

MST invade fábrica e destrói milhares de mudas geneticamente modificadas

Mais de mil ativistas ligadas ao Sem Terra fizeram ato em Itapetininga (SP). Ação é parte da Jornada Nacional das Mulheres Camponesas, diz entidade. Milhares de mudas transgênicas, criadas por meio de pesquisas feitas desde 2001, foram destruídas durante uma manifestação com mais de mil mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em uma fábrica de papel e celulose, na manhã desta quinta-feira (5), em Itapetininga (SP), segundo a Futura Gene, empresa de pesquisa pertencente à Suzano Papel e Celulose. O MST afirma, por nota, que o plantio em escala do eucalipto transgênico pode causar sérios impactos ambientais e sociais, já que contaminaria a produção de mel brasileira, e necessitaria de mais água e agrotóxico se comparado com a espécie natural. Segundo a Polícia Militar, logo que chegaram ao local, as manifestantes foram em direção às estufas, onde a empresa guardava as mudas com as novas espécies de eucalipto. Ainda segundo a empresa, as mulheres destruíram a espécie H421. Não foi divulgado o número de mudas destruídas. O MST informou, por telefone, que não comentaria o ato e que falaria apenas por meio de nota divulgada no site do movimento.
Os resultados das pesquisas seriam apresentados para uma Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTN-BIO) nesta quinta, em Brasília (DF), mas com a destruição das plantas os técnicos cancelaram a reunião que estava marcada, segundo informou a assessoria do Ministério da Ciência e Tecnologia. O tenente coronel da Polícia Militar em Itapetininga, Marcelo Alves Marques, conta que as manifestantes do MST aproveitaram a falha de segurança na empresa. "Quando elas entraram havia poucos funcionários e elas tomaram a vigilância da empresa. Ninguém saiu ferido", afirma. O gerente de operações da companhia, Eduardo José de Mello, disse que a empresa já respondeu todas as questões colocadas pela CTN-BIO, que é o órgão regulador. "O produto é seguro para a sociedade e meio ambiente", afirmou. Ele disse ainda que a empresa calcula os prejuízos. "Foi bem considerável e perdemos alguns anos de desenvolvimento tecnológico." Já de acordo com Atiliana Brunetto, integrante da direção nacional do MST, o histórico das decisões da Comissão atenta à legislação brasileira e à Convenção da Biodiversidade do qual o Brasil é signatário. “O princípio da precaução é sempre ignorado pela CTNBio. A grande maioria de seus integrantes se colocam em favor dos interesses empresariais das grandes multinacionais, em detrimento das consequências ambientais, sociais e de saúde pública”, observa.
Da página do G1 e do MST.