sexta-feira, 17 de junho de 2011

Reforma Política é Preciso  

Recebi da Fundação João Mangabeira e compartilho com vocês.

O país que hoje a nós se apresenta
Tem diversas batalhas já vencidas
Mas a força que move as nossas vidas
É o eterno fazer que nos sustenta
E o Brasil cada vez mais alimenta
Sua democracia em voz ativa
Que hoje é bem mais representativa
Mas queremos o povo em sintonia
Mais direta com a democracia
Que ela seja mais participativa

Meu Brasil corajoso na batalha
Eu convoco o teu sonho de alegria
Para ver a real democracia
Construída mais justa e menos falha
Porque hoje ainda existe uma muralha
Que separa o poder do nosso povo
E pro Estado obter total aprovo
Deve urgente se auto-reformar
Vendo a voz do desejo popular
Como a estrela que guia a um tempo novo

A Reforma Política é necessária
Pra enterrar de uma vez o retrocesso
Só assim vamos ter ordem e progresso
Como tochas de chama libertária
Que acendam uma vida igualitária
Iluminem a estrada da conquista
Nosso povo sendo o protagonista
De uma nova nação livre e plural
Com o sonho de um mundo socialista

Nós já temos ao longo da história
Valorosas conquistas importantes
Hoje é muito melhor do que foi antes
Basta a gente rever a trajetória
Mas se pode ampliar nossa vitória
Pois um povo já livre no pensar,
No vestir-se, na escrita, no falar,
No portar-se, no ter religião
Pode sim ter poder de decisão
Pode sim querer mais participar

Misturar Socialismo e Liberdade
Ela é conteúdo e ele a forma
Reformemos então esta Reforma
Que se mostra para a sociedade
Discutida sem a profundidade
Que o tema no agora nos impõe
A manter o que é posto se propõe
E do povo o clamor não é ouvido
Mas se o nosso país tiver unido
Essa peça o Brasil todo compõe

Eu convoco a senhora e o senhor
O artista, a ciência, o operário
O estudante, a mulher, o empresário
O que apenas assina e o doutor
Junto ao padre, o rabino e o pastor
Com as donas de casa e as minorias
Tradição, crença, cor ou de etnias
E as de orientação sexual
Todos juntos pensando o mais plural
E o mais justo Brasil dos nossos dias

A Reforma não é só de quem anda
Nos salões do Congresso Nacional
No Planalto ou na Corte Federal
Pois a lei em seu texto a todos manda
É de todo o Brasil esta demanda
Pois será nossa a pátria que criarmos
Se nós juntos na luta reformarmos
Poderemos estar sempre avançando
Porque nosso país vai melhorando
Na medida do que participarmos

Uma das melhorias que sonhamos
E o poder que ela tem hoje eu cogito
É a que dá bem mais força ao Plebiscito
E permite que todos que votamos
A respeito de algo decidamos
Sim ou não, quando e como ocorrerá
Sem ninguém para nos representar
Nós é que exercemos o poder
Com o povo de fato a escolher
Em que rumo o Brasil caminhará

Se o Senado e a Câmara se juntarem
Pra votar uma lei que está nascendo
Pode o povo fazer um Referendo
Para dar validade ao que votarem
E se os votos do povo confirmarem
É que a lei valerá pra toda gente
É uma democracia diferente
Onde o povo terá mais vez e voz
Com o empenho e a fé de todos nós
Haverá um Brasil bem mais decente

O que é Iniciativa Popular
É urgente que seja reformado
1% do nosso eleitorado
É o bastante pro povo iniciar
Um projeto que lei se tornará
Se o Congresso aprovar o resolvido
E a Fidelidade a um Partido
Sendo um marco político e decente
E quem pode assumir é seu suplente
Se acaso um mandato for perdido

Ano sim ano não tem eleição
E votar deixa o povo mais feliz
Mas seria melhor para o país
Que houvesse uma Unificação
Num só ano votar com precisão
Desde o vereador ao presidente
E assim de uma vez, mais simplesmente
Nosso povo escolher seus mandatários
Transformando-se em um dois calendários
Que hoje em dia confundem muita gente

Mais um ponto importante da Reforma
Que sonhamos que chegue ao Parlamento
É o que trata do Financiamento
Das Campanhas e sua melhor forma
É importante que esteja lá na norma
Que o dinheiro não vai mais ser o tal
Todos podem ganhar de forma igual
Porque Público será o patrocínio
Com a grana perdendo o seu domínio
O que vai decidir é o ideal

O poder de votar é provisório
Mas a nossa reforma quer mudar
Pra que a gente também possa votar
Se o mandato não for satisfatório
É o Voto que é Revogatório
Pois reclama de volta o voto dado
Se não se sentir mais representado
O eleitor num direito que é seu
Poderá desistir do que escolheu
Pra manter coerência em seu legado

São algumas das lutas que imprimimos
Para o livro da História que hoje lemos
É um Brasil mais feliz que nós queremos
Pois a vida se faz no que assumimos
Riso e dor na nação já assistimos
Mas se o hoje é pra sempre o melhor dia
Vamos nós perseguir a utopia
E fazer cada qual no seu aqui
Para ver do Oiapoque pro Chuí
O Brasil respirar cidadania

O país que votou num operário
E que fez dessa luta o seu mister
E agora elegendo uma mulher
Confirmou o seu sonho libertário
Andará no melhor itinerário
Desbravando o raiar de um novo dia
Com as conquistas do hoje em sintonia
Na Reforma Política que queremos
Só assim nós de fato entregaremos
Para o povo a real democracia


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Suplicy: Brasil precisa debater a descriminalização da maconha 
[senador Eduardo Suplicy (PT-SP)]

Ao comentar em Plenário reportagem exibida no domingo (29) pelo programa Fantástico, da TV Globo, sobre o documentário Quebrando o Tabu, em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outros ex-presidentes de países latino-americanos e dos Estados Unidos defendem a descriminalização do uso da maconha, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) convidou a sociedade brasileira e o Congresso Nacional a discutir o assunto.
- Creio ser chegado o momento de o Parlamento discutir o assunto, numa série de audiências públicas, com especialistas contrários e favoráveis à descriminalização, além de estudarmos os exemplos de outros países para, juntamente com toda a população brasileira, decidirmos o caminho que o Brasil deve adotar com relação à descriminalização - disse, em discurso nesta segunda-feira (30),
Sobre o documentário Quebrando o Tabu, Suplicy destacou o fato de Fernando Henrique, juntamente com os ex-presidentes do México, Ernesto Zedillo; da Colômbia, César Gaviria; e dos Estados Unidos, Jimmy Carter e Bill Clinton, terem reconhecido que falharam em suas políticas de combate às drogas.
Suplicy lembrou ainda que não há consenso entre a comunidade médica sobre esse tema, havendo especialistas que dizem que a descriminalização poderá aumentar o consumo, e outros que consideram a maconha uma droga bastante segura.
- Interessante notar que na lista das drogas mais nocivas à saúde, publicada pela revista medica Lancet, a maconha aparece em 11º lugar, atrás do álcool e do cigarro, que são vendidos legalmente. Existem países como a Holanda e Portugal, nos quais o consumo de algumas drogas é tolerado. Neles, o uso da maconha vem caindo, segundo a reportagem do Fantástico - assinalou Suplicy.
  Fonte:Agência Senado

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Novo Código Florestal serve a grandes grupos econômicos"

 Da Página da CUT-SE
Na última terça-feira 24, a nova versão do Código Florestal foi aprovada na Câmara dos Deputados. Para os movimentos ambientalistas, esse resultado arranha a imagem do Brasil, na medida que compromete a proposta brasileira de uma economia sustentável, os acordos firmados internacionalmente, a inserção no mercado mundial e até mesmo a produtividade agrícola.

A Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE) entrevistou Antônio Carlos da Silva Góis, secretário de Meio Ambiente da entidade, para analisar o Código Florestal e as  consequências da vigência da atual versão do Código ao meio ambiente.

Góis fala da importância do compromisso de construção de uma sociedade justa, solidária e sustentável, garantindo a sustentabilidade dos recursos naturais em consonância com o desenvolvimento econômico do país, e explica a lógica de mercado que existe por trás do novo Código Florestal Brasileiro.
 
Confira abaixo a entrevista na íntegra:

 O Código Florestal é estratégico para um país como o Brasil, que quer preservar seus recursos naturais e continuar produzindo. No entanto, com a aprovação das alterações no Código, cujo relator é o deputado Aldo Rebelo (PCdoB), os prejuízos para o desenvolvimento sustentável e a agricultura familiar brasileira serão enormes. Como e por que ele coloca em risco a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável no país?

Antes de tudo é preciso reafirmar nossos compromissos de construção de uma sociedade justa, solidária e sustentável, pois a atividade econômica deve se sujeitar em primeira instância às restrições de ordem sócio-ambiental. Desta forma temos que lutar para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, lutar pela manutenção e ampliação dos postos de trabalho dentro do contexto da luta pelos direitos imediatos e históricos da classe trabalhadora.

O modelo capitalista, que busca o lucro cada vez maior, segue a lógica predatória de exploração da natureza, conseqüentemente leva ao agravamento das crises ambientais, com o esgotamento dos nossos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Essa realidade expressa a grande contradição entre o capital e a natureza, parte inseparável da contradição da relação capital versus trabalho. É desta forma que esta colocada as propostas de mudanças no Código Florestal Brasileiro.

Evidentemente, lamentamos que um parlamentar que construiu toda sua história na crítica ao sistema capitalista, e que integra um partido que se diz comunista, contraditoriamente venha trair seus princípios e servir aos interesses dos grandes grupos econômicos, inimigos dos trabalhadores e do meio ambiente. Fato que tem gerado revolta dos movimentos sociais.
 
Mais de 50 entidades nacionais, desde a CNBB, Greenpeace, CUT, MST , setores da Contag, Via Campesina, e entidades ambientalistas, movimentos feministas, dentre outros, lançaram um manifesto nacional em repúdio a esse relatório de Aldo Rebelo (PcdoB).

Góis, o que é o agronegócio? E quem está por trás dos interesses desse modelo econômico de desenvolvimento?

O agronegócio é também chamado de agrobusiness. É a relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva da agricultura e pecuária. Por trás do agronegócio está, além dos ruralista, empresários da indústria e comércio que fornecem insumos para a produção rural, como por exemplo os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, beneficiamento, compra e venda dos produtos agropecuários, como os frigorificos, distribuidores de alimento, exportadores, etc. É importante ressaltar que muitos elos dessa corrente estão também associados ao setor financeiro e grandes empresas transnacionais, sem contar que o agronegócio segue o rastro do trabalho escravo.

Para eles o atual Código Florestal representa uma barreira para expansão de sua sanha lucrativa. Gastaram milhões para eleger uma bancada no Congresso Nacional comprometida com os interesses ruralistas em detrimento da sustentabilidade sócio-ambiental.

CUT/SE: Como a agricultura familiar pode ser o elo para um acordo entre ruralistas e ambientalistas em torno de uma proposta de consenso para as alterações no Código Florestal?


É inaceitável que a agricultura familiar seja usada como moeda de troca nas negociações do parlamento, governo e movimentos sociais para aprovação das alterações do Código Florestal. O relator Aldo Rebelo (PCdoB), busca justificar as mudanças com um discurso que diz está preocupado com os pequenos produtores, quando, na verdade, pretende que os bens da natureza que temos em nosso território sejam apropriados por fazendeiros e empresas estrangeiras. Quer ainda inocentar criminosos e anistiar fazendeiros inadimplentes, entre eles 27 deputados federais, que a partir de 11 de junho, não poderão acessar mais recursos públicos ou de crédito, que foram pegos pelo Ibama em seus crimes ambientais. São multas que somam mais de R$ 8 bilhões.

A agricultura familiar tem que um tratamento diferenciado. Ela representa um instrumento formidável de combate às desigualdades. Ocupa apenas 24,3% da área rural do país, e garante emprego para 12,3 milhões de trabalhadores. São responsáveis por aproximadamente 70% dos alimentos consumidos pelo brasileiro; respondem por 40% do PIB agropecuário; geram um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 677/ha – 89% superior ao Valor Bruto da Produção (VBP) da agricultura não-familiar (R$ 358/ha); e ocupam em cada 100 hectares 15,3 pessoas, contra apenas 1,7 da não-familiar. Defendemos ainda a implementação de um conjunto de políticas públicas que garantam o processo de desenvolvimento sustentável e a superação das desigualdades, tais como: pagamento por serviços ambientais, programa mais ambiente, educação ambiental, desenvolvimento de novas tecnologias e assistência técnica direcionados para a agricultura familiar.