domingo, 18 de maio de 2014

Maconha está prestes a deixar a lista de substâncias proibidas da Anvisa

A substância ativa da maconha é indicado para o tratamento de uma gama de doenças A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está prestes a decidir se muda a classificação do canabidiol (CBD), um dos 80 princípios ativos da maconha, para um patamar abaixo da lista F1, de substâncias proibidas no país. A proposta é de colocá-lo na lista C1, de medicamentos permitidos, mas sujeitos a controle. O diretor-presidente da agência, Dirceu Barbano, em entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, afirmou que a consequência prática dessa mudança, “caso ela ocorra, seria uma mensagem mais clara para quem prescreve ou para quem vai usar de que se trata de uma substância que, quando usada em doses, fórmula e indicação terapêutica definidas, pode ser usada de forma segura”. – O que está sendo demonstrado é que, essa planta, como poderia ser qualquer outra, pode fornecer substâncias que podem ser úteis na medicina. Não se pode demonizar nem achar que porque essa planta é a maconha que ela não possa produzir um princípio ativo digno, nobre e medicinal. É importante desmistificar, essa substância poderia estar presente em qualquer outra planta – disse. O CBD passou a ser visto com outros olhos depois que a família de Anny Fischer, de 5 anos, que sofre de uma forma grave de epilepsia, iniciou uma campanha nacional para importar o medicamento. A família trazia o composto de forma ilegal dos EUA. Segundo Barbano, nas últimas semanas a Anvisa autorizou pelo menos seis pacientes a importarem o CDB. Ele falou que outros princípios ativos da maconha permanecerão proibidos até que eventualmente sua efetividade seja comprovada cientificamente. A agência que regulamenta medicamentos nos EUA (FDA, na sigla em inglês) considera o composto seguro, mas quem o comercializa não pode alegar propriedades medicinais, porque o CBD ainda não passou por testes clínicos no país. Segundo Barbano, a consequência prática de se retirar o composto da lista F1 “é que fica uma mensagem mais clara para quem eventualmente prescreve ou para quem vai usar de que, no uso como princípio ativo de um medicamento, nós não temos nada que justifique que essa substância fique proscrita no país”. – Então, passa uma mensagem mais clara para quem prescreve, para quem usa, e reforça o entendimento de que se trata de uma substância que, quando usada em doses definidas numa fórmula farmacêutica definida e com indicação terapêutica definida, pode ser usada de forma segura – afirmou. Fonte: Correio do Brasil

Parabéns Caruaru! Viva a Capital do Agreste! 157 anos

Caruaru é um município brasileiro do estado de Pernambuco, situado na região nordeste do país. Pertence à Mesorregião do Agreste Pernambucano e à Microrregião do Vale do Ipojuca e localiza-se a oeste da capital do estado, distando desta cerca de 130 km. Ocupa uma área de 920,611 km², sendo que 16,65 km² estão em perímetro urbano e os os 903,961 km² restantes formam a zona rural,3 e sua população em 2013 era de 337 416 habitantes, sendo então o mais populoso do interior pernambucano. A sede municipal tem uma temperatura média anual de 22,1 °C9 e as vegetações nativas e predominantes são a Mata Atlântica e caatinga, localizando-se, neste modo, numa área de transição.10 Cerca de 90,6% da população vive na zona urbana, contando com 176 estabelecimentos de saúde em 2009,11 12 e o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) é de 0,677, considerando-se como médio, acima da média estadual, e ocupando a décima primeira colocação no ranking estadual. Fundado em 18 de maio de 1857, o município começou a tomar forma em 1681, quando o então governador Aires de Souza de Castro doou à família Rodrigues de Sá uma sesmaria com trinta léguas de extensão, com o intuito de desenvolver a agricultura e a criação de gado na região, as terras na época constituíam a Fazenda Caruru. A fazenda foi abandonada pelos seus donatários, só voltando a funcionar em 1776, quando José Rodrigues de Jesus decidiu voltar às terras, após a morte do seu patriarca. Lá, ergueu uma capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição, sendo por conta dessa construção que foi criado um pequeno povoado ao seu redor, mais tarde originando a cidade.
O município vem exercendo um importante papel centralizador no Agreste e interior pernambucano, concentrando o principal pólo médico-hospitalar, acadêmico, cultural e turístico da região.14 Possui a maior Festa Junina do mundo, segundo registro do Guinness World Records (o livro dos recordes), e é internacionalmente conhecida pelos festejos.15 Detém ainda a Feira de Caruaru, conhecida por ser uma das maiores feiras ao ar livre do mundo e ter sido tombada como patrimônio imaterial do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).16 Seu artesanato com barro ficou mundialmente conhecido pelas mãos de Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino, que representou Pernambuco na exposição de Arte Primitiva e Moderna Brasileira no ano de 1955, em Neuchâtel, na Suíça,17 podendo atualmente ter suas obras contempladas no Museu do Louvre, em Paris, e em sua antiga residência no Alto do Moura, em Caruaru. Caruaru Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Município de Caruaru "Capital do Forró" "Capital do Agreste" "Princesinha do Agreste" Montagem Caruaru.jpg
Localização de Caruaru Localização de Caruaru em Pernambuco Caruaru está localizado em: Brasil Caruaru Localização de Caruaru no Brasil 08° 16' 58" S 35° 58' 33" O Unidade federativa Pernambuco Mesorregião Agreste Pernambucano IBGE/20131 Microrregião Vale do Ipojuca IBGE/20131 Municípios limítrofes São Caetano e Brejo da Madre de Deus, a oeste, Altinho e Agrestina e São Joaquim do Monte, ao sul, Toritama, Vertentes e Taquaritinga do Norte, ao norte, Bezerros, Frei Miguelinho e Riacho das Almas a leste. Distância até a capital 130 km Características geográficas Área 920,610 km² 2 Área urbana 16,65 km² (BR: 178º) – est. Embrapa3 Distritos Caruaru, Carapotós, Lajedo do Cedro e Gonçalves Ferreira População 337 416 hab. (PE: 4°) – estatísticas IBGE/20134 Densidade 366,51 hab./km² Altitude 554 m Clima tropical5 As Fuso horário UTC−3 Indicadores IDH-M 0,677 (PE: 11°) – médio PNUD/20106 PIB R$ 3 407 458 mil (PE: 6°) – IBGE/20117 PIB per capita R$ 10 662 30 IBGE/20117 No início do século XVII, a área da atual cidade de Caruaru era uma grande fazenda de criação, cujo proprietário terminou por abandoná-la em virtude de uma enfermidade que dizimou totalmente o gado, e que consistia em diarreia abundante, fraqueza, paralisia das pernas e morte. Os habitantes das redondezas, indígenas em sua maioria, passaram a denominar o local de Caruaru.[carece de fontes] Segundo Sebastião de Vasconcelos Galvão[quem?], trata-se realmente de um vocábulo tupi, composto talvez de caruara (quebranto causado pelo feitiço, espécie de paralisia que ataca as pernas do gado e diarreia) + u (verbo), significando comer (devorar). Assim, o vocábulo caruaru exprimiria "destruído pela diarreia". No entanto, a origem do topônimo é das mais controversas, tendo várias hipóteses. Mário Melo (1931), citado in Pernambucânia, interpreta como "rio das caruaras", corruptela de caruar-y, alterado para caruar-ü.19 Teodoro Sampaio dá para Caruara várias interpretações: a) espécie de formiga que dá nas árvores cuja mordedura coça como sarna; b) qualidade de abelha cujo mel é nocivo; c) caru-ara, o que come ou corrói; comichão, sarna, boubas; d) moléstia que ataca o gado. Donde Caruaru é a "aguada das caruaras": água que produz a moléstia no gado.[carece de fontes] O professor Daury da Silveira, no seu "Toponímia Pernambucana" (1982), depois de alertar: "Nome de procedência discutida", define-o como espécie de dança; variedade de lagarto.[carece de fontes] A "Documentação Territorial Brasileira", do IBGE, depois de frisar os vários significados associados a entidades mórbidas, acrescenta mais uma definição: “nome de uma planta vulgarmente conhecida por caruru (espécie de bredo) e que outrora cobria um poço na margem do rio Ipojuca, em local que, por isso, passou a ser denominado Poço ou Sítio do Caruru. Por acréscimo de uma vogal, o nome seria alterado para Caruaru”. No Dicionário Houaiss, consta com dois sentidos: 1º) o mesmo que curuaí (do tupi curuá’i), planta Orbignya sabulosa, isto é, a palma, incidente em toda a região; 2º) o mesmo que jacuraru, ou seja, um lagarto (do tupi yakurua’u), o popular teju ou teiú, também bastante frequente na região. História Vista parcial de Caruaru a partir do Monte do Bom Jesus. Devido à sua posição geográfica favorável, no coração do Agreste, passagem obrigatória do transporte de gado do Sertão para o Litoral, logo se estabeleceram diversas propriedades agropastoris. Os donos das terras onde hoje se situa o município eram os "Nunes dos Bezerros", assim denominados em virtude da curta distância entre a fazenda e a paróquia de Bezerros. Admite-se que os Nunes eram remanescentes dos antigos concessionários daquelas terras, quando foram distribuídas como sesmarias. Os Nunes haviam adotado um casal de órfãos, sendo o menino, José Rodrigues de Jesus. Em virtude de desentendimento com a família, ele se apossou das terras que lhe cabiam por herança, a leste e a sudeste da fazenda dos Nunes. Com vinte anos já era um senhor poderoso e residia com a mulher – Maria do Rosário de Jesus – numa vivenda, a Casa Grande, no local denominado Caruaru. Com licença do Bispado de Olinda, em 1781, construiu a capela de Nossa Senhora da Conceição, que contribuiu para o surgimento de uma feirinha semanal e passou a ser ponto de convergência de novos moradores, iniciando-se assim o povoamento da região. Documentos de 1794 comprovam a existência desse povoado, "possuindo crescido número de casas", já conhecido com a mesma denominação atual. Em 1834, Caruaru figurava como 7º distrito de paz de Bonito, conforme ofício datado de 8 de novembro desse ano, enviado pela Câmara de Bonito ao Conselho do Governo de Pernambuco. A Lei Provincial nº 133, de 6 de maio de 1844, criou o distrito de São Caetano da Raposa, anexado ao município de Caruaru (alguns documentos mencionam essa lei como sendo do dia 2 de maio). Em 1846, o missionário frei Euzébio de Sales, capuchinho da Penha, iniciou a construção da Igreja Matriz, hoje catedral. Reconstruída duas vezes, a última em 1883, a igreja ganhou, nesse ano, o sino que ainda hoje existe no local, o maior ex-voto da região, promessa de Francisco Gomes de Miranda Leão, que fez transportar a oferenda em lombo de animais, de Tapera a Caruaru, onde a população recebeu com entusiasmo. Em 16 de agosto de 1848, a Lei Provincial nº 212 elevou Caruaru à categoria de vila, com território desmembrado de Bonito. Essa lei transferiu a sede da freguesia de São Caetano da Raposa para Nossa Senhora das Dores, em Caruaru, para onde também foi transladada a sede da comarca de Bonito. O art. 3º da mesma lei dividiu a comarca em dois municípios, compreendendo o primeiro as freguesias de Caruaru, Bezerros e Altinho, e a segundo município, as cidades de Bonito e Panelas. A Câmara foi instalada no dia 16 de setembro de 1849, segundo ofício enviado ao presidente da província; quem a instalou foi o presidente da Câmara de Bonito, Francisco Xavier de Lima. O primeiro vigário da freguesia foi o padre Antonio Jorge Guerra, que a instalou no dia 28 do mesmo mês e ano. Em 18 de maio de 1857, a Lei Provincial nº 416 elevou a vila de Caruaru à categoria de cidade e sede do município e em 20 de maio de 1867, a Lei Provincial nº 720 criou a comarca de Caruaru, a qual foi classificada de 1ª entrância pelo Decreto nº 3.978, de 12 de outubro do mesmo ano; o primeiro juiz de Direito foi o dr. Antonio Buarque de Lima. Em 13 de novembro de 1872, o Decreto nº 5.139 classificou-a como de 2ª entrância. Tornou-se município em 1º de março de 1893, com base no art. 2º das disposições gerais da Lei Estadual nº 52 (Lei Orgânica dos Municípios), de 3 de agosto de 1892. O primeiro prefeito eleito foi o major João Salvador dos Santos. Em relação anexa ao ofício do prefeito para o Secretário do Governo, com data de 26 de maio de 1893, declara-se que o município fora dividido em três distritos administrativos: Caruaru (sede municipal), Carapotós e São Caetano da Raposa.24 25 Caruaru se converteu em município, sendo o segundo do agreste pernambucano, pelo projeto nº 20, criado pelo deputado provincial Francisco de Paula Baptista (1811-1881), defendido em primeiro debate em 03 de abril de 1857 e tornando-se concreto, depois de aprovação sem debate, em 18 de maio do mesmo ano, com a assinatura da Lei Provincial nº 416, pelo então vice-presidente da província de Pernambuco, Joaquim Pires Machado Portela.26 Ao passar das décadas, a cidade se desenvolveu e a antiga Vila do Caruru atualmente é conhecida por colecionar vários títulos, como “Capital do Agreste”, “Capital do Forró”, “Princesa do Agreste”, dentre outras alcunhas, fazendo analogia ao cenário de sua importância política-econômica no cenário do Estado de Pernambuco. O desenvolvimento do município teve seu apogeu a partir de 1896, após a construção da Great Western, a linha férrea que conecta a cidade à capital pernambucana. Pelos seus trilhos era escoada a produção agrícola, além das mercadorias de sua tradicional feira.28 Iniciada em 2001 pelo governo pernambucano, a duplicação da principal rodovia que dá acesso ao município, a BR-232, foi crucial para a industrialização da sua economia e o crescimento do setor de serviços, já que com a nova rodovia o número de turistas em dada época do ano era maior, visto que a duplicação trouxe uma redução no tempo de viagem e mais segurança. O primeiro trecho das obras foram iniciadas no sentido Recife-Caruaru e concluídas em 2003, quando foi dado início a outro trecho, Caruaru-São Caetano. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre

terça-feira, 6 de maio de 2014

Mil Sem Terra marcham rumo à capital paulista 6 de maio de 2014 Por Luiz Felipe Albuquerque Da Página do MST Após saírem do município de Itapevi e marcharem por 20 km na manhã desta terça-feira (6), os cerca de 1000 Sem Terra que rumam à capital paulista chegaram na cidade de Osasco no começo desta tarde. A Marcha Estadual Luiz Beltrame, que homenageia o Sem Terra mais velho do país (no mês de outubro Seu Luiz completa 106 anos de idade), cobra maior agilidade nas politicas referentes à Reforma Agrária. De acordo com Movimento, a Reforma Agrária está completamente estagnada nos últimos três anos. Em 2013, houve apenas 100 decretos de desapropriações de novas áreas, o que possibilitou assentar pouco mais de 7 mil famílias, num universo de mais de 150 mil acampadas em todo o país. Se comparado aos últimos três governos, o da presidenta Dilma Rousseff fica muito aquém: desde 2011, foram assentadas cerca de 70 mil famílias. Além de serem considerados superestimados pelos movimentos sociais, esse resultado representa a média anual do número de famílias que foram assentadas nos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. “Marchamos para pressionar os governos federal e estadual a retomarem os processos de desapropriações de novas áreas, e dialogar com a sociedade sobre a importância da Reforma Agrária”, disse Kelli Mafort, da direção nacional do MST. Para ela, o modelo do agronegócio não responde aos anseios da população, já que produzem alimentos com enormes quantidades de agrotóxicos, se utilizam dos transgênicos e não respeitam o meio ambiente. Para dialogar com a população sobre os problemas no campo brasileiro, os Sem Terra marcham por dentro das cidades. Nesse primeiro dia, passaram pelos municípios de Itapevi, Jandira, Barueri, Carapicuíba e Osasco. Pela manhã desta quarta-feira, saem novamente em marcha rumo à cidade de São Paulo, onde permanecerão até sexta-feira (9). Grilos silenciosos Em São Paulo, ainda existem cerca de 4 mil famílias acampadas na luta por um pedaço de terra, espalhadas em 50 acampamentos por todo estado. Alguns destes existem há mais de 10 anos. Eliseu Rodrigues Nunes é uma dessas pessoas. Aos 30 anos de idade, com uma mulher e dois filhos, Eliseu está acampado desde 2003. E já nem sabe mais o número de vezes que foi despejado. Estima que foram mais de 30. Atualmente está em seu terceiro acampamento, o Santa Maria da Conquista, no município de Itapetininga. Ele e outras 50 famílias lutam há seis anos para que uma fazenda improdutiva de 702 hectares seja desapropriada e se transforme num assentamento. “Continuo nessa luta porque acredito muito nela. E sei que depois de conquistada a terra, essa luta vai ter apenas começado”, pontua. Junto a ele, outras 10 famílias do Santa Maria da Conquista também estão na luta desde 2003. Outro complicador no estado de São Paulo são as terras públicas ocupadas por empresas privadas. “O governo do estado é conivente com a grilagem de terras, já que sabem que milhares de hectares de terras devolutas estão na mão do agronegócio e do latifúndio, mas nada fazem para mudar essa situação”, observa Kelli. Segundo dados oficiais, estimam-se que aproximadamente 160 mil hectares de terras públicas no estado são griladas pelo agronegócio. Comuna Urbana No meio do percurso, os Sem Terra realizaram um ato em frente à prefeitura de Jandira, onde cobraram do poder municipal investimentos em infraestrutura na Comuna Urbana Dom Hélder Câmara, uma área do MST onde moram 127 famílias. Foram mais de 12 anos de luta para que a área finalmente fosse conquistada. Em 2011, as famílias passaram a viver no local, sob as casas que elas mesmas tinham construído. À prefeitura, cabia a infraestrutura. Desde aquela data, já foram depositados mais de 90% dos recursos para as obras de infraestrutura pela Caixa Econômica Federal. Mas segundo os Sem Terra, nem 30% desse valor foi utilizado. Dentro desse cenário, as famílias ainda não contam com água encanada, saneamento básico, pavimentação do espaço, nem a construção da escola. “Nossa luta é por escola, terra e dignidade. As crianças tem o direito de estudar perto de onde elas vivem. Não vamos aceitar que nossas crianças estudem em péssimas condições”, disse Érica Silveira, da coordenação regional do MST. Apenas 60 das cerca de 200 crianças da Comuna são atendidas na área improvisada, uma futura padaria local. As outras estão na fila de espera. “O prefeito tem a responsabilidade e a obrigação de terminar a Comuna”, afirmou Érica. Após a pressão, o prefeito Geraldo Teotonio da Silva (PV) recebeu o MST e marcou uma audiência com uma comissão do Movimento para quarta-feira (7) às 11h.

Campos confirma guinada à direita e atinge socialistas históricos do PSB

Eduardo Campos (PSB) é mais um integrante da direita e tomou o poder na legenda que um dia foi socialista O Partido Socialista Brasileiro (PSB) definiu, por orientação do presidenciável Eduardo Campos, que de socialista mesmo restará apenas o nome da legenda. O conteúdo, que identificava a agremiação com a esquerda brasileira será extraído, em parte ou na íntegra, durante a próxima convenção partidária. Na prática, o interesse público e a socialização dos meios de produção desaparecem para deixar livre o compromisso “com a ordem econômica que está aí”, como afirmou Campos, nesta segunda-feira. A decisão já causa um mal estar entre os socialistas históricos abrigados na ideologia prestes a ser sacrificada em nome do capitalismo. Entre eles, o advogado e articulista Roberto Amaral, histórico e combativo militante contra o regime ditatorial e fundador do PSB, após sua passagem no Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). No campo econômico, Amaral bate firme no establishment: “O Estado é, sempre, servidor da classe dominante, assim identificada como detentora dos meios de produção’. Esta sentença encerra uma verdade, mas não encerra a verdade toda, pois o Estado capitalista, democrático ou não, é permeado de classes e contradições entre classes e mesmo no interior da classe que exerce o poder de Estado, e nesses espaços podem atuar as mais diversas forças, inclusive as que lhe são antagônicas. Ainda bem. Pois, se tomada a sentença marxista (Manifesto comunista e A ideologia alemã) no seu sentido tout court nada mais teríamos por fazer, a revolução seria impossível, a política estaria morta e, aí sim, a História não teria mais caminho a percorrer”, afirmou, em recente artigo publicado na revista semanal de esquerda Carta Capital. Em linha com Amaral, ministro da Ciência e Tecnologia durante os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outros militantes históricos também se afastaram do PSB. A inspiração marxista, que prega a “socialização dos meios de produção” e limites à propriedade privada, agora faz parte do passado. A início da queda teve início no ano passado, desde a comunhão entre Campos e a ex-ministra do Meio Ambiente, também no governo Lula, Marina Silva, que tem entre seus principais patrocinadores os donos do Banco Itaú e propaga um ideário recheado de opiniões homofóbicas e fundamentalistas. – Como um partido que se diz socialista rasga seu programa de defesa histórica dos direitos das mulheres e se posiciona contra mudanças na lei do aborto? este é apenas um de inúmeros outros pontos centrais da agenda socialista que vem sendo esvaziada – afirmou à reportagem do Correio do Brasil um dos fundadores da legenda que, por motivos pessoais, prefere manter o anonimato. A política de alianças do ex-governador pernambucano na campanha ao Palácio do Planalto, cada vez mais à direita, ficou demonstrada na troca de correspondência entre o coordenador de comunicação da pré-campanha, Alon Feuerwerker, ao próprio Campos, flagrada por repórteres do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo e publicada na edição desta segunda-feira. Na mensagem, Feuerwerker encaminha a Campos o fragmento de um texto, no qual um colaborador descreve o ataque ao partido que circula na internet. O coordenador questiona Campos, presidente nacional do PSB, se é possível alterar o manifesto do partido na convenção em junho. “Tem como mexer nisso na convenção de junho?”, questiona o e-mail do coordenador ao chefe. Nesta manhã, Campos tornou público o seu ponto de vista. Ele disse que o debate sobre o manifesto do partido foi feito a seu pedido e que a mudança deverá ocorrer até 10 de junho, quando ocorrerá a convenção partidária. – Estamos preparando programa de governo que tem claros compromissos com a ordem econômica que está aí, com a estabilização da economia. E, nesses encontros, nós temos interesse de fazer esse debate para mudar o nosso programa – afirmou Campos, presidente nacional do PSB durante visita a Belo Horizonte. Trechos do manifesto, de 1947, que definem os princípios do Partido Socialista Brasileiro preocupam os setores da legenda mais ligados à direita. Campos quer desfazer qualquer ligação com o documento. – Estamos falando de um manifesto de 1947, um documento histórico do partido, em outras circunstâncias. Ali em 1947 nosso partido já se colocava contra a polarização dos que viviam a chamada Guerra Fria – conclui Campos. Fonte: Correio do Brasil